Organizações que atuam na Bahia em defesa da igualdade elaboraram um conjunto de sugestões de medidas a serem adotadas por órgãos ligados ao futebol para prevenir e tratar dos casos de LGBTfobia durante as partidas realizadas no estado. A iniciativa visa combater práticas de violência e expressões preconceituosas contra a comunidade LGBT durante os jogos, em especial do campeonato baiano.
O material elaborado foi entregue pelas organizações à Federação Bahiana de Futebol, ao Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Bahia, aos times da Bahia, aos órgãos de justiça/política e a Superintendência de Desporto da Secretaria de Trabalho e Esporte (Setre). Assinam o documento a Torcida LGBT do Esporte Clube Bahia, a LGBTricolor, junto com a União Nacional LGBT na Bahia (UNA-LGBT), o Coletivo Mães do Arco-Íris e a Torcida Orgulho Rubro Negro, do Esporte Clube Vitória.
A criação das torcidas LGBTs do Bahia e do Vitória é recente e dividiu a opinião dos torcedores dos clubes baianos. Alguns deles, inconformados, chegaram a ameaçar as lideranças das novas torcidas, com promessas de que elas seriam impedidas de acessar os estádios durante as partidas, por exemplo, o que revela o quanto o ambiente do futebol ainda é hostil para as pessoas LGBTs no Brasil.
Para o fundador da LGBTricolor, Onã Rudá, pode até ser normal o estranhamento inicial dos torcedores, mas não ‘as ameaças, a tentativa de mapear as pessoas, as intimidações de uma minoria raivosa e preconceituosa’. “Não estamos fazendo nada errado ao querer vivenciar a vida do clube. Chegamos pra somar e ajudar a fortalecer o time, não podem nos tirar esse direito legítimo por puro ódio. O amor que cultivamos é mais forte”, disse.
Onã informou que, em fevereiro, a torcida LGBTricolor lançará a primeira camisa LGBT de um time de futebol do Brasil, licenciada pelo clube.
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